quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Discurso orador!

A tarefa de representar 16 pessoas, diferentes em suas essências, com histórias de vida diversas, valores e conceitos, que por mais parecidos que sejam, ainda assim, tornam-se únicos, é algo muito complicado de se realizar. Se já me é difícil falar do que sinto, por mim, imagino a dificuldade de expressar-me em nome de meus amigos.
Mas a tarefa foi aceita, e pretendo fazê-la a altura.

Começo perguntando a todos que aqui estão, qual o seu sonho?

São tantos, não é mesmo? São tantas coisas que buscamos nesta vida, que às vezes, nos perdemos em tentar escolher um único sonho. E se você escolheu ser feliz, não vale!
Ser feliz não é sonho, é meta! Buscar sua felicidade, esteja ela onde estiver, é sua meta. E você conquista a cada dia, a cada despertar, a cada sorriso, a cada abraço...

Sonhar é mais complicado. Eu, por exemplo, sonhei um dia, há alguns anos atrás, em ser JORNALISTA! O sonho de um garoto, com então 14 anos, que na escola, junto com outros meninos e meninas, fez um jornal. Os anos se passaram e aqui está este mesmo garoto para falar do seu sonho que hoje, se torna real.

Mas vamos prosseguir, e enquanto isso, pensem, na pergunta que fiz: Qual é o seu sonho?

Ser jornalista hoje envolve dezenas de coisas. Muitos se deixam influenciar pelo "poder" que a profissão, por si só, atrai. Um jornalismo que pode se valer da força da imagem da TV, com a imponência do impresso, com a agilidade do rádio e com o alcance da web. Mas será que ser jornalista é só isso?

O poder me dá medo. E a maneira como as pessoas lidam com ele, mais ainda.
Estamos diante de um tempo em que o amor, o carinho, a solidariedade, o afeto... São tirados de cena, e em seus lugares entraram coisas como o egoísmo, a arrogância, a ganância, o ódio e a indiferença.

Então pergunto: __ O que é ser jornalista?
Contar histórias?
Registrar acontecimentos?
Modificar, construir, denunciar, investigar?
Quantos verbos para explicar algo tão simples, tão fácil...
Quero ser jornalista porque é com este ofício que quero terminar os meus dias.

Mas em que mundo estamos?
Qual o papel do jornalista neste mundo de pais que jogam os filhos pelas janelas, filhos que matam os pais enquanto estes dormem, guerras civis intermináveis, armas químicas, golpes, tragédias diárias... Tragédias modernas!
Casos que nos sufocam, nos incomodam, nos enojam...

Nós não queremos mudar o mundo. Nós não queremos ser neutros... Queremos apenas, um mundo como este deveria ser! Vamos sim, expressar nossas opiniões, mostrar exatamente o que achamos ser certo, correto, digno...

Fugir da corrupção de caráter. E que Deus nos permita trabalhar distante dos compromissos comerciais e políticos das empresas que viermos a trabalhar!
E qual o seu papel nisso tudo? Não só o de nós jornalistas, mas de cada um que traz ao mundo mais vidas, que constrói, que ajuda, que trabalha, que vive... Exerce um papel!
Qual o seu papel nesse mundo cada dia mais louco? Qual o seu papel, quando assiste aos noticiários, ouve os boletins nas rádios, navega na internet e encontra informações em tempo real, ou que lê seu jornal, com seu habitual cigarro e café!

O jornalismo está aqui para justamente nos chamar para o debate, para debater cada fato, cada caso, cada história que nos é narrada. Pode-se exagerar em alguns detalhes, mas mentir, inventar, acho pouco provável. Pelo menos, prometo não seguir por este caminho!
Quero seguir acreditando que o meu papel, que o papel de nós jornalistas, sobretudo nós que chegamos agora no mercado, é construir um espaço para o livre debate, para a discussão sensata, mas me permitam dizer que não basta apenas escrever, apenas contar, é necessário um pleno compromisso com a vida, com a vida alheia! Com a sociedade!

Vamos fazer um esforço e imaginar, eu digo, imaginar uma nova realidade.
Uma realidade em que as pessoas são mais adoráveis. Que o perdão existe e que seja efetivamente aplicado. Que as canções sejam sempre aquelas que nos tocam a alma. Que os sorrisos sejam sempre verdadeiros. Que os irmãos sejam amigos. E que os amigos, sejam irmãos. Que as noticias sejam reflexivas, que promovam a discussão sadia, e que eu, que você e que todos nós possamos dizer o que pensamos sem nos preocupar com a censura, que muito já mutilou nossa profissão e profissionais, no sentido literal da palavra mutilação!

Que amanhã possamos ter acesso à informação. Que amanhã possamos discordar da opinião de nosso jornal, mas que ainda exista jornal. Que cada um de nós aqui presentes possa acreditar em nossos sonhos, lutar por eles, e conquistá-los ao som de uma bela canção, e no último volume...
Que conversemos mais, que possamos falar alto, baixo, lenta ou rapidamente. Que possamos falar meus caros! E mais, que tenhamos noção do que ouvir é essencial.

É este jornalismo livre de pudores idiotas e de padrões estabelecidos por gente que não mais faz jornalismo, que desejo para mim, para meus colegas e para os próximos que vão chegar.
Mas antes, preciso dizer que se hoje formamos e somos jornalistas, antes disso, somos humanos e precisamos de certas doses de aventura sadia para sermos muito felizes. De resto, sobram as contas, as dores, as mágoas e os afazeres domésticos.

Sorria mais, escute mais, leia mais e escreva, escreva muito. Um dia seus filhos vão ler e terão orgulho de tudo isso. Faça isso! Eu mesmo leio muitas coisas que o meu pai, que já morreu, escrevia. E dá um puta orgulho do cara!

Aos meus amigos que aqui estão, quero lembrá-los de que há uma enorme caminhada que todos nós vamos começar. Uma, se encerrou! Outra virá, e por ai vai. Ciclos que se fecham, e outros que se abrem. Como o nascer do dia, sempre, diferente do anterior. Aos meus amigos e familiares que aqui estão, para me abraçar, nossa... Valeu! Valeu por terem sonhado comigo!
Aos amigos e parentes de meus amigos formandos, não esqueçam que agora vocês têm jornalistas entre vocês cuidado com as especulações e com o que dizem... Só um toque!

Já ia me esquecendo:
Conseguiu definir seu sonho? Já sabe o que quer fazer no próximo final de semana?
Há pouco, poucos meses atrás, em uma viagem num feriado, perdi um amigo. Aliás, perdemos! De lá pra cá, percebi que nada, nada mesmo, na vida, tem sentido se essa coisa não o faz feliz. Trace metas, mas não esqueça que quando você traçá-las pode ser que Deus tenha traçada outra para você, como fez com meu amigo!

Então, se o seu sonho é ir a Fernando de Noronha e mergulhar com os golfinhos, o que você está esperando que ainda não aprendeu a mergulhar. Não existe "se der", existe apenas "já foi!"
Um compromisso se estabelece hoje! Um compromisso de levar informação e assumir um importante papel social.

Portanto, para mim, ser jornalista, deixa de ser um sonho, e passa a ser, minha pele!

Um comentário:

Mic disse...

caramba!
estava procurando na net alguma coisa sobre jornalismo só para ler mesmo, pois meu sonho é ser uma, tenho apenas 15 anos e estou no 2° ano do ensimo médio..
adooorei!