segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Discurso orador!

A tarefa de representar 16 pessoas, diferentes em suas essências, com histórias de vida diversas, valores e conceitos, que por mais parecidos que sejam, ainda assim, tornam-se únicos, é algo muito complicado de se realizar. Se já me é difícil falar do que sinto, por mim, imagino a dificuldade de expressar-me em nome de meus amigos.
Mas a tarefa foi aceita, e pretendo fazê-la a altura.

Começo perguntando a todos que aqui estão, qual o seu sonho?

São tantos, não é mesmo? São tantas coisas que buscamos nesta vida, que às vezes, nos perdemos em tentar escolher um único sonho. E se você escolheu ser feliz, não vale!
Ser feliz não é sonho, é meta! Buscar sua felicidade, esteja ela onde estiver, é sua meta. E você conquista a cada dia, a cada despertar, a cada sorriso, a cada abraço...

Sonhar é mais complicado. Eu, por exemplo, sonhei um dia, há alguns anos atrás, em ser JORNALISTA! O sonho de um garoto, com então 14 anos, que na escola, junto com outros meninos e meninas, fez um jornal. Os anos se passaram e aqui está este mesmo garoto para falar do seu sonho que hoje, se torna real.

Mas vamos prosseguir, e enquanto isso, pensem, na pergunta que fiz: Qual é o seu sonho?

Ser jornalista hoje envolve dezenas de coisas. Muitos se deixam influenciar pelo "poder" que a profissão, por si só, atrai. Um jornalismo que pode se valer da força da imagem da TV, com a imponência do impresso, com a agilidade do rádio e com o alcance da web. Mas será que ser jornalista é só isso?

O poder me dá medo. E a maneira como as pessoas lidam com ele, mais ainda.
Estamos diante de um tempo em que o amor, o carinho, a solidariedade, o afeto... São tirados de cena, e em seus lugares entraram coisas como o egoísmo, a arrogância, a ganância, o ódio e a indiferença.

Então pergunto: __ O que é ser jornalista?
Contar histórias?
Registrar acontecimentos?
Modificar, construir, denunciar, investigar?
Quantos verbos para explicar algo tão simples, tão fácil...
Quero ser jornalista porque é com este ofício que quero terminar os meus dias.

Mas em que mundo estamos?
Qual o papel do jornalista neste mundo de pais que jogam os filhos pelas janelas, filhos que matam os pais enquanto estes dormem, guerras civis intermináveis, armas químicas, golpes, tragédias diárias... Tragédias modernas!
Casos que nos sufocam, nos incomodam, nos enojam...

Nós não queremos mudar o mundo. Nós não queremos ser neutros... Queremos apenas, um mundo como este deveria ser! Vamos sim, expressar nossas opiniões, mostrar exatamente o que achamos ser certo, correto, digno...

Fugir da corrupção de caráter. E que Deus nos permita trabalhar distante dos compromissos comerciais e políticos das empresas que viermos a trabalhar!
E qual o seu papel nisso tudo? Não só o de nós jornalistas, mas de cada um que traz ao mundo mais vidas, que constrói, que ajuda, que trabalha, que vive... Exerce um papel!
Qual o seu papel nesse mundo cada dia mais louco? Qual o seu papel, quando assiste aos noticiários, ouve os boletins nas rádios, navega na internet e encontra informações em tempo real, ou que lê seu jornal, com seu habitual cigarro e café!

O jornalismo está aqui para justamente nos chamar para o debate, para debater cada fato, cada caso, cada história que nos é narrada. Pode-se exagerar em alguns detalhes, mas mentir, inventar, acho pouco provável. Pelo menos, prometo não seguir por este caminho!
Quero seguir acreditando que o meu papel, que o papel de nós jornalistas, sobretudo nós que chegamos agora no mercado, é construir um espaço para o livre debate, para a discussão sensata, mas me permitam dizer que não basta apenas escrever, apenas contar, é necessário um pleno compromisso com a vida, com a vida alheia! Com a sociedade!

Vamos fazer um esforço e imaginar, eu digo, imaginar uma nova realidade.
Uma realidade em que as pessoas são mais adoráveis. Que o perdão existe e que seja efetivamente aplicado. Que as canções sejam sempre aquelas que nos tocam a alma. Que os sorrisos sejam sempre verdadeiros. Que os irmãos sejam amigos. E que os amigos, sejam irmãos. Que as noticias sejam reflexivas, que promovam a discussão sadia, e que eu, que você e que todos nós possamos dizer o que pensamos sem nos preocupar com a censura, que muito já mutilou nossa profissão e profissionais, no sentido literal da palavra mutilação!

Que amanhã possamos ter acesso à informação. Que amanhã possamos discordar da opinião de nosso jornal, mas que ainda exista jornal. Que cada um de nós aqui presentes possa acreditar em nossos sonhos, lutar por eles, e conquistá-los ao som de uma bela canção, e no último volume...
Que conversemos mais, que possamos falar alto, baixo, lenta ou rapidamente. Que possamos falar meus caros! E mais, que tenhamos noção do que ouvir é essencial.

É este jornalismo livre de pudores idiotas e de padrões estabelecidos por gente que não mais faz jornalismo, que desejo para mim, para meus colegas e para os próximos que vão chegar.
Mas antes, preciso dizer que se hoje formamos e somos jornalistas, antes disso, somos humanos e precisamos de certas doses de aventura sadia para sermos muito felizes. De resto, sobram as contas, as dores, as mágoas e os afazeres domésticos.

Sorria mais, escute mais, leia mais e escreva, escreva muito. Um dia seus filhos vão ler e terão orgulho de tudo isso. Faça isso! Eu mesmo leio muitas coisas que o meu pai, que já morreu, escrevia. E dá um puta orgulho do cara!

Aos meus amigos que aqui estão, quero lembrá-los de que há uma enorme caminhada que todos nós vamos começar. Uma, se encerrou! Outra virá, e por ai vai. Ciclos que se fecham, e outros que se abrem. Como o nascer do dia, sempre, diferente do anterior. Aos meus amigos e familiares que aqui estão, para me abraçar, nossa... Valeu! Valeu por terem sonhado comigo!
Aos amigos e parentes de meus amigos formandos, não esqueçam que agora vocês têm jornalistas entre vocês cuidado com as especulações e com o que dizem... Só um toque!

Já ia me esquecendo:
Conseguiu definir seu sonho? Já sabe o que quer fazer no próximo final de semana?
Há pouco, poucos meses atrás, em uma viagem num feriado, perdi um amigo. Aliás, perdemos! De lá pra cá, percebi que nada, nada mesmo, na vida, tem sentido se essa coisa não o faz feliz. Trace metas, mas não esqueça que quando você traçá-las pode ser que Deus tenha traçada outra para você, como fez com meu amigo!

Então, se o seu sonho é ir a Fernando de Noronha e mergulhar com os golfinhos, o que você está esperando que ainda não aprendeu a mergulhar. Não existe "se der", existe apenas "já foi!"
Um compromisso se estabelece hoje! Um compromisso de levar informação e assumir um importante papel social.

Portanto, para mim, ser jornalista, deixa de ser um sonho, e passa a ser, minha pele!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Nova participação!


“Para levantar a cabeça e se impor, respondendo à truculência da colonização cinematográfica norte-americana, é básico conhecer a nossa cara, as realidades regionais, as fantasias, o modo de ser, viver, de rir, de sofrer, trabalhar e de interpretar, no continente e redondezas. Conhecer as produções, mesmo modestas, de língua espanhola e brasileira.”Léa Maria Aarão Reis

De 4 a 9 de novembro de 2008, acontece em Goiânia (GO), a segunda edição do Perro Loco – Festival de Cinema Universitário Latino-Americano. Sob o Olhar de Santa Isabel, vídeo documentário realizado pelos estudantes formandos em jornalismo (2/08) do Instituto J Andrade (Juatuba MG), foi inscrito para ser exibido neste importante festival, que será realizado no campus da Universidade Federal de Goiás.


A segunda edição do ferro Loco mantém a política de lutar pelo reconhecimento dos novos talentos do audiovisual e pela integração de todos os povos da América Latina. Nesta edição, cineastas universitários de diversos países latino-americanos poderão mostrar suas idéias e a realidade de sua gente, numa grande e democrática confraternização de nações irmãs.
Agora é aguardar para ver o resultado e os vídeos selecionados.

Conheça o festival: http://www.perroloco.com.br/index.php

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sob o Olhar de Santa Isabel aterriza na PUC Minas em Betim.


“Sob o Olhar de Santa Isabel”, vídeo documentário realizado pelos formandos em Jornalismo do Instituto J Andrade, em Juatuba, foi incluído na programação do 2º Encontro de Ciência Arte e Cultura, da PUC Minas em Betim. O encontro vai de 22 a 26 de abril, com atividades previstas nos três turnos - manhã, tarde e noite – e a entrada é franca. O documentário será exibido no dia 23, a partir das 16h, no auditório da unidade.

A segunda edição do encontro terá como tema “A Ética e a ciência na arte da vida”, e contará com atrações como oficinas, mesas-redondas, minicursos e debates. A sessão em que “Sob o Olhar” será exibido será comentada e contará com a presença dos jovens documentaristas, além de Josiane Militão, coordenadora de extensão da PUC Minas Betim; Tcharles Avner, Superintendente da Funarbe; Maria José Moreira Antunes, Coordenadora dos projetos de extensão da PUC na Colônia Santa Isabel.

De acordo com a responsável pela divulgação do vídeo, a formanda Flávia Aguiar, a iniciativa de levar o vídeo para outras universidades abre espaço para a interação entre os estudantes universitários que, de acordo com ela, devem conhecer esta história de uma comunidade tão importante de Betim. “A Colônia é rica em suas histórias. Todos nós precisamos conhecer o que lá aconteceu e saber como essas pessoas, os ex-hansenianos, conseguiram conquistar a liberdade” garante.

quarta-feira, 19 de março de 2008

“Sob o Olhar” no III Felco

O documentário “Sob o Olhar de Santa Isabel”, projeto experimental dos alunos formandos em jornalismo do Instituto J Andrade de Ensino Superior, de Juatuba (MG), , foi selecionado para ser exibido no III Felco - Festival Latino Americano da Classe Obrera. A exibição de “Sob o Olhar” está prevista para acontecer no próximo dia 4 de abril, por volta das 17h. O festival acontece de 2 a 6 de abril, em Belo Horizonte.

A 3º edição do FELCO – Festival Latino Americano da Classe Obrera, neste ano o festival apresentará a Mostra Especial BH Retrospectiva Brasil, no Cine Humberto Mauro. O Felco, durante cinco dias, apresentará a produção de realizadores de várias partes do país, assim como obras de cineastas já consagrados como Jorge Bodanzky, Toni Venturi e Silvio Tendler. Como exemplo das produções contemporâneas, o Festival homenageia também o cineasta Carlos Pronzato. O Festival foi criado na Argentina e mais uma vez chega a BH com exibições e debates com entrada gratuita. Um festival sem fins lucrativos onde a informação e a cultura encontram o público.

O FELCO abraça o Brasil na sua 3º edição em BH, com uma proposta mais voltada para as produções brasileiras de cunho social e artístico. É a primeira escala de Sob o Olhar em festivais abertos ao público. Agora as comunidades de Santa Isabel e de Betim podem torcer pelo trabalho dos jovens futuros jornalistas.

O professor da turma, Richardson Pontone, orientador e supervisor de “Sob o Olhar”, ainda participará com "O que será da Tv Digital?", outro trabalho experimental de sua autoria em parceria com Adriana Veloso, que também será exibido. A exibição acontecerá dia 5 de abril, às 17h.

Programação você encontra no site:
Dia 4 de abril (sexta)17h –
ANTES DA EXIBIÇÃO, HAVERÁ OUTRO FILME SENDO APRESENTADO
O vôo. Olhares. Travessia. - 18mim. BRA – 2005Sob Olhar de Santa Isabel - 30mim. BRA – 2007Dir: Márcio Antunes SilveiraSinopse> O filme conta a história de seis hansenianos que ajudaram a mudar o assustador quadro de exclusão e mais três entrevistados que trabalham em função de uma melhor qualidade de vida para os pacientes da colônia.


Dia 5 de abril (sábado)17h –O que será da Tv Digital? - 7mim. BRA – 2007Dir: Richardson Pontone e Adriana VelosoSinopse> Vídeo produzido pelo coletivo kolho de BH, que contou com a participação de diversas pessoas na Praça 7 no dia do aniversário de 46 anos da Rede Globo.

terça-feira, 11 de março de 2008

“Sob o Olhar” pode participar de festival nacional de cinema

“Sob o Olhar de Santa Isabel”, documentário produzido pelos estudantes de jornalismo do Instituto J Andrade de Ensino Superior, poderá participar da décima edição do Vide-Vídeo, Festival Nacional de Cinema e Vídeo Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O vídeo já foi inscrito no festival que reunirá filmes das categorias Documentário, Ficção, Animação ou Experimental. Após o período de inscrição, que terminou no último dia 29, os filmes inscritos passarão por uma seleção, que irá definir os finalistas que disputarão nas categorias voto popular e júri especializado.

O Festival – abertura, exibições e cerimônia de premiação – acontecerá entre os dias 10 e 17 de maio de 2008. Para participar, “Sob o Olhar” teve que ser reduzido em 1 minuto para se adequar às exigências do regulamento que previa que para os documentários, o tempo máximo de exibição não poderia passar de 30 minutos.

Os selecionados para disputar o júri especializado, categoria vista como mais técnica, devem ser anunciados nos próximos dias. A equipe de realização do vídeo aguarda a confirmação e já estuda uma maneira de ir até a UFRJ nos principais dias do festival. Agora é aguardar. Mais informações sobre o Vide Vídeo, no site: http://www.eco.ufrj.br/videvideo/

Sob as bênçãos de Santa Izabel


Sob o Olhar foi notícia em diversos veículos de comunicação da RMBH. Destaque para a matéria feita pela repórter Márcia Maria Cruz, do Estado de Minas. Segue:



Depois de 13 anos fechado, o Cine-teatro Glória voltou a exibir filmes para os moradores da Colônia Santa Izabel, no bairro Citrolândia, em Betim, na Grande BH. Inaugurado em 1934, o cinema foi tombado pelo patrimônio histórico municipal, mas estava inativo, mesmo depois de ter sido reformado em 2005. A reinauguração ocorreu, no última quarta-feira, com a apresentação de Sob o olhar de Santa Izabel, documentário produzido por 15 alunos de jornalismo do Instituto J. Andrade, de Juatuba. “É um sentimento muito positivo ver o cinema voltar a funcionar. Vamos passar outros documentários e filmes”, planeja o coordenador do Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Hélio Dutra.



Na tarde que antecedeu o lançamento, Risiane de Castro, de 20 anos; Cláudio de Almeida, de 21; e Flávia Aguiar, de 24, acertavam os últimos detalhes para a exibição. Foram tomados todo os cuidados para deixar o espaço aconchegante para as quase 150 pessoas que lotaram o cinema, entre ex-pacientes de hanseníase, familiares, profissionais de saúde que trabalham na colônia e amigos. Risiane e Cláudio fizeram a produção e a divulgação ficou a cargo de Flávia.
A maior parte dos estudantes envolvidos no projeto mora em Betim. Por isso, nasceu o desejo de retratar a colônia que faz parte da história da cidade. “Optamos pela colônia pela importância sóciocultural. Quando ela foi criada, Betim ainda não era município”, lembra o diretor do documentário, Márcio Antunes, de 29 anos.



Pelo fato de a colônia estar intimamente ligada a Betim, o tema contribui para o resgate da memória da região. O documentário dura 30 minutos e traz depoimentos de seis ex-portadores de hanseníase, com idades entre 50 e 90 anos, que passaram pelo internamento compulsório. De 1930 a 1980, os portadores da doença eram privados do convívio social, com o isolamento das casas e dependências onde viviam. Um misto de temor e preconceito fazia com que essas pessoas fossem estigmatizadas.



Embora suspensa por mais de uma década, a relação dos moradores da colônia com o cinema é antiga. As máquinas de projeção do início do século 20 podem ser vistas no Memorial José Adelino, onde são guardados documentos, fotos e outros objetos que contam a história do local. O vídeo foi o trabalho final dos alunos para a disciplina produção de documentários para a TV, do professor Richardson Pontone.


MÚSICA
As histórias e memórias mostram que nem mesmo o estigma é capaz de impedir as pessoas de sonhar. É o caso de Paulo Luiz Domingues, de 75 anos. Ele aparece no vídeo cantando um samba sobre a perda da sensibilidade e sua paixão pelo cavaquinho: “Ao perceber que meu tato eu perdia/ Duas lágrimas rolaram/ Lá se foi minh’alegria./ Logo pensei: o que vou fazer?/ (…) Ela (a música) eu não vou deixar/ Meu caquinho, não vai parar/ Se eu não toco outros deverão tocar”.



Depois de 50 anos na colônia, o sambista se diz apaixonado pelo lugar, embora reconheça que, por morar lá, foi vítima de muito preconceito. Seu samba é um indicativo da relação íntima dos ex-pacientes com a música. Muitos cantaram no coral Os Tangarás de Santa Izabel e emprestaram a voz para a trilha sonora do vídeo. A relação com a música vem desde os primeiros anos da colônia, em 1939, sob a batuta do maestro José Carlos da Piedade.
Paulo começou a perder a sensibilidade em 1970 e, quatro anos depois, suas mãos atrofiaram. No entanto, ele se adaptou à nova condição e, hoje, sem o bacilo da doença, mas com as seqüelas, faz tudo com desenvoltura, inclusive datilografia. Outros três entrevistados que trabalham para melhorar a qualidade de vida na colônia dão depoimentos. A sessão de cinema integrou a programação do 15º Concerto Contra o Preconceito, que durou uma semana e terminou ontem. Outro ponto alto da programação foi o show do cantor e compositor Guilherme Arantes.